
Por Imprensa Loft– Publicado em 24/02/2025 16h30
O mercado imobiliário brasileiro registrou queda nas aquisições com finalidade de investimento em 2024, segundo o relatório Raio-X FipeZap. O interesse em comprar imóveis para investir caiu de 49% para 39% dos compradores ao longo do ano, acompanhando a alta da taxa básica de juros (Selic).
“A queda na participação de transações classificadas como investimento pode estar relacionada com o aumento da Selic, que afeta a taxa de remuneração de investimentos alternativos ao investimento em imóveis”, explica Paula Reis, economista do DataZap.
O financiamento imobiliário para investidores tem taxas atreladas à Selic. Nos últimos 12 meses até dezembro, o interesse em alugar imóveis adquiridos subiu de 59% para 79%, recorde histórico do índice.
O relatório também mostra recuo nas intenções de compra para moradia nos próximos três meses, atingindo 39% dos entrevistados, próximo à média histórica de 38%.
Para a coordenadora de projetos da construção do FGV/Ibre, Ana Maria Castelo, o investidor está fazendo uma conta financeira na hora de decidir onde colocar seu dinheiro. “Se, em vez de comprar o imóvel e pôr para alugar, você colocar o dinheiro no mercado financeiro, vai ter uma rentabilidade muito maior”, explica.
Contudo, a especialista pondera que investir em imóveis ainda tem sido uma busca segura. “Há quem invista em imóveis, a despeito de tudo, porque imóvel é (sinônimo de) segurança”.
A Reforma Tributária também pode influenciar investidores, com possível tributação de CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) para aluguéis acima de R$ 240 mil anuais.
Para definir se vale a pena comprar para alugar, é preciso considerar fatores como taxa de vacância, valorização do imóvel, localização, demanda da região, custos de manutenção e tributação antes de optar por esse tipo de investimento, apontam especialistas.
Luciana Maia, professora de Finanças da Fipecafi, destaca que imóveis não oferecem rentabilidade garantida e recomenda um planejamento financeiro cuidadoso. O investimento em imóveis é considerado menos volátil que o mercado acionário e pode ajudar a preservar o poder de compra, pois os preços e aluguéis geralmente acompanham a inflação.
Para calcular a rentabilidade, é necessário considerar impostos, manutenções, reformas e uma reserva para períodos de vacância ou inadimplência. O “yield” de aluguel, que mostra a rentabilidade anual em relação ao valor do imóvel, pode variar entre 0,3% e 0,6% em grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.
A recomendação é avaliar cuidadosamente a localização, custos com impostos e taxas, valor médio de aluguéis na região, taxas de juros (em caso de financiamento) e potencial de valorização antes de investir em imóveis. Também é importante considerar o investimento no longo prazo, pois a valorização tende a ocorrer ao longo dos anos.
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