Por Imprensa Loft – Publicado em 03/12/2024 17h09
Caixa lança linha de crédito imobiliário com juros atrelados ao CDI. Em 12 meses, preço médio de imóveis no país sobe 7,34%. Em São Paulo, venda de imóveis novos cresce 63,4% em outubro, na comparação com o mesmo período de 2023.
A Caixa Econômica Federal anunciou o lançamento de uma linha de crédito imobiliário destinada a pessoas físicas, com taxa de juros pós-fixada e atrelada ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI). A iniciativa pretende atender tanto quem compra imóveis residenciais novos quanto usados, com foco inicial nas unidades prontas.
De acordo com informações antecipadas ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a nova linha foi criada para beneficiar clientes que desejam financiar imóveis com valor superior a R$ 1,5 milhão ou que já possuam um financiamento habitacional ativo na instituição. As condições incluem um prazo máximo de pagamento de até 360 meses, com taxas a partir de 114% do CDI.
“Com mais essa opção, a Caixa exerce papel fundamental na ampliação das fontes de recursos para o crédito imobiliário, colaborando com a diversificação das possibilidades de financiamento por meio de recursos livres do banco”, afirmou o presidente da Caixa, Carlos Vieira.
A estrutura da nova linha de crédito está alinhada ao Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), o que significa que não será possível utilizar os recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A taxa de juros anual será composta por um percentual da média diária do CDI, variando conforme o prazo e o relacionamento do cliente com o banco. O sistema de amortização constante (SAC) será utilizado, exigindo uma entrada mínima de 30%.
A linha de crédito será sustentada por recursos livres do banco, uma resposta à limitação dos recursos das cadernetas de poupança e do FGTS, que tradicionalmente financiam o setor imobiliário. Entre janeiro e outubro, a Caixa concedeu R$ 185 bilhões em crédito imobiliário, utilizando linhas que se valem da caderneta de poupança e do FGTS, representando um aumento de 21% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
No mês passado, a Caixa determinou que financiamentos com recursos da poupança serão destinados a imóveis de até R$ 1,5 milhão e diminuiu de 80% para 70% o valor máximo de financiamento em relação ao valor do imóvel.
Em 12 meses, preço médio de imóveis no país sobe 7,34 por cento
O preço médio de venda dos imóveis no Brasil registrou um aumento de 7,34% nos últimos 12 meses, superando a inflação medida pelo IPCA, que foi de 5,11%. O crescimento é reflexo da valorização do mercado imobiliário em diversas regiões do país, segundo o índice FipeZAP, que avaliou 56 cidades brasileiras.
Durante o mês de novembro, o aumento foi de 0,49%, indicando uma desaceleração em relação aos meses anteriores: agosto (0,76%), setembro (0,71%) e outubro (0,60%). No acumulado de 2024, o preço dos imóveis subiu, em média, 7,03%.
O preço médio por metro quadrado nas cidades monitoradas alcançou R$ 9.306. Entre os tipos de imóveis, aqueles com um quarto tiveram destaque pelo preço médio mais alto, chegando a R$ 10.977 por metro quadrado, enquanto unidades com dois quartos apresentaram o menor valor, R$ 8.297 por metro quadrado.
Dentre as 22 capitais acompanhadas, Vitória (ES) liderou com o valor médio por metro quadrado mais alto, em R$ 11.968. Logo em seguida estão Florianópolis (SC) com R$ 11.704, São Paulo (SP) com R$ 11.317, Curitiba (PR) com R$ 10.587, e Rio de Janeiro (RJ) com R$ 10.262.
Em São Paulo, venda de imóveis novos dispara em outubro
O mercado imobiliário de São Paulo continua em alta, atingindo novos recordes em outubro deste ano na comparação com 2023. De acordo com pesquisa do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), as vendas dispararam 63,4%, alcançando 11,4 mil unidades.
No acumulado dos últimos 12 meses até outubro, o crescimento nas vendas foi de 31%, atingindo o marco de 99 mil unidades comercializadas. Este é o maior patamar já registrado, refletindo o aquecimento contínuo do setor na capital paulista.
A velocidade de vendas, que mede a quantidade de unidades negociadas em relação ao estoque disponível, atingiu 62,4% nos 12 meses até outubro, representando um aumento de 7,5 pontos percentuais em comparação ao ano anterior. O dado importante para entender a capacidade do mercado para absorver novos lançamentos.
O sólido resultado das vendas tem incentivado as incorporadoras a lançarem mais projetos. Em outubro, os lançamentos subiram 27,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 10,2 mil novas unidades. No acumulado dos últimos 12 meses, o aumento foi de 33%, chegando a 97,2 mil unidades, o maior volume já registrado pelo Secovi-SP.
Venda de imóveis no Ceará bate recorde e chega a R$ 6 bi no ano
O mercado imobiliário do Ceará registrou um recorde histórico em 2024, com o valor geral de vendas (VGV) atingindo R$ 6,2 bilhões entre janeiro e outubro, de acordo com o Sindicato da Construção no Ceará (Sinduscon-CE). O resultado representa um aumento de 27% em relação ao mesmo período de 2023, quando o VGV foi de R$ 4,9 bilhões.
A capital Fortaleza se destacou como o município mais aquecido, com um VGV de R$ 4,42 bilhões. A Região Metropolitana também contribuiu significativamente, movimentando R$ 1,81 bilhão.
“O ano de 2024 foi o melhor da história em vendas. Foi espetacular. Tivemos menos lançamentos que 2023 e estouramos em 25% o volume de vendas. Foi um ano de sucesso”, afirmou Sérgio Macêdo, diretor de Estatística do Sinduscon-CE. Ele alertou que a manutenção desse desempenho em 2025 depende de fatores como a taxa Selic, que influencia o financiamento imobiliário.
No período de outubro a janeiro, os lançamentos imobiliários no Ceará somaram R$ 5,57 bilhões em VGV, um crescimento de 18% frente aos dez primeiros meses de 2023. Fortaleza liderou com R$ 4,2 bilhões, seguida por Aquiraz (R$ 399,1 milhões), Caucaia (R$ 565,8 milhões), Eusébio (R$ 323,5 milhões) e Maracanaú (R$ 86,6 milhões).
Fortaleza também foi destaque em lançamentos, com 38 novos empreendimentos e 6.349 unidades habitacionais, um aumento de 19% em relação a 2023. Em contraste, a Região Metropolitana viu uma queda de 21% nos lançamentos, totalizando 3.271 unidades.
O programa Minha Casa, Minha Vida impulsionou o mercado de unidades populares, que somaram 4.544 lançamentos até outubro. No entanto, o VGV dessas unidades foi de R$ 1,059,8 milhão, menor comparado a outros padrões de empreendimentos. A capital liderou nos lançamentos de unidades populares (3 mil), seguida por Caucaia (976 unidades) e Maracanaú (348 unidades).
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