A brinquedoteca é um espaço que vem ganhando bastante popularidade, mas muita gente acha que esse espaço é apenas uma regalia ou passatempo. No entanto, a presença de um espaço infantil exclusivo pode ser fundamental no desenvolvimento dos pequenos. Entenda os benefícios!
Cada vez mais os novos empreendimentos residenciais têm se preocupado com o bem-estar de seus moradores. Os novos projetos trazem diversos itens de lazer para divertir e relaxar toda a família. Um desses itens é a brinquedoteca, que vem ganhando popularidade nas construções mais atuais. Muita gente acha que esse espaço é apenas um luxo a mais disponível para entreter os pequenos, mas diversos estudos já mostraram a importância desse cantinho no desenvolvimento da criança. Entenda os benefícios que esse espaço pode proporcionar aos seus filhos.
A importância do brincar
Quando se pensa em criança, a primeira coisa que associamos a ela são as brincadeiras e o ato de brincar, o que, por muito tempo, foi reduzido a um simples passatempo, sem consequência significativa no crescimento dessa criança e sem nenhum valor cognitivo, didático ou psicológico.
No entanto, diversos estudos têm mostrado o contrário. Especialistas no tema já comprovaram que brincar tem enorme influência no desenvolvimento de uma criança. E atualmente, é inegável a importância de atividades lúdicas no desenvolvimento dos pequenos.
Por intermédio da brincadeira, a criança explora e reflete sobre a realidade e a cultura na qual vive. A experimentação de diferentes papéis sociais – o papel de mãe, pai, bombeiro, super-homem e princesa – através do faz-de-conta permite à criança compreender o papel do adulto e aprender a se comportar como tal, constituindo-se como uma preparação para a entrada no mundo adulto. É assim que a criança conhece o mundo e passa a conhecer a si mesma.
Além disso, são as atividades lúdicas que proporcionam à criança a oportunidade de simular situações e conflitos de sua vida social, dentro e fora da família. Brincar é uma maneira segura que a criança tem para encenar seus medos e suas angústias e tentar superá-los.
Os jogos, no quais estão implícitos o ganhar e o perder, permitem que a criança comece a trabalhar a sua resistência à frustração. Aprender a lidar com esse sentimento é essencial para a sua estabilidade emocional e para o desenvolvimento da personalidade. Agora, as brincadeiras em grupo favorecem o desenvolvimento de habilidades como cooperação, liderança e competição, também fundamentais no mundo adulto. E nesse sentido, a socialização da criança também amplifica a noção de respeito pelo outro e por si, bem como sua auto-imagem e auto-estima.
Outro aspecto crucial do brincar é o desenvolvimento do raciocínio e da criatividade. À medida que as brincadeiras e atividades trazem novas linguagem e exigem novas habilidades, elas ajudam a criança a pensar e criar novas soluções.
Os benefícios das atividades lúdicas são inesgotáveis, por isso, é muito importante que os pais não se esqueçam de definir e proporcionar à criança um tempo diária para as brincadeiras, deixando-a à vontade para exercitar a imaginação como achar melhor. É aí que surge o espaço para brincar.
A origem da brinquedoteca
As brinquedotecas são espaços que reúnem jogos, brinquedos, livros e gibis que podem ser utilizados por qualquer criança e, muitas vezes, até adultos.
A primeira ideia de brinquedoteca surgiu em Los Angeles, em 1934, com o objetivo de resolver o problema de uma loja de brinquedos. Que estava sendo furtada por crianças de uma escola pública da vizinhança. A solução foi criar um serviço de empréstimo de brinquedos para toda a comunidade.
O plano deu tão certo que, na década de 60, espalhou-se para a Europa. Em 1963, a Suécia trouxe a sua primeira “Ludoteca”, e, em 1967, na Inglaterra, surgiram as “Bibliotecas de Brinquedos”.
No Brasil, a ideia foi, primeiramente, trazida pela APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Em 1973, a organização implantou a sua ludoteca, com o sistema de empréstimo de brinquedos e materiais pedagógicos. E em 1981, foram inseridas outras atividades, proporcionando aprendizagem, encontro e socialização.
Atualmente, as brinquedotecas estão espalhadas por aí. Começaram em espaços educacionais, foram para os centros médicos e de reabilitação e, finalmente, chegaram nos espaços residenciais, sendo ponto de encontro das crianças da vizinhança do bairro ou dos condomínios que dispõem dessa infraestrutura.
A função desse espaço
O principal objetivo das brinquedotecas é possibilitar a evolução mental, psicológico, social e físico da criança por meio do lúdico. É nelas que são desenvolvidos brincadeiras e jogos que estimulem o raciocínio lógico, a coordenação motora e a criatividade das crianças.
A criação da brinquedoteca foi um marco histórico no desenvolvimento infantil e resultou em uma conquista para a sociedade e, em especial, para a criança que, assim, aprende de forma mais harmoniosa e prazerosa.
Existem diferentes tipos de brinquedotecas que variam de acordo com a necessidade de cada local. Nas escolas e creches, os professores e outros profissionais da educação utilizam o espaço com objetivo pedagógico, proporcionando a interação entre os alunos e aperfeiçoando a coordenação motora e o raciocínio lógico em um espaço mais descontraído que a sala de aula. Nos hospitais, elas ajudam a amenizar o sofrimento das crianças internadas e fazem com que elas não percam infância durante o período de tratamento. Já nas comunidades, bairros, condomínios ou qualquer outro ambiente domiciliar, as brinquedotecas servem para estimular as relações interpessoais das crianças vizinhas e auxiliam em todo o processo de desenvolvimento social delas. De maneira geral, elas apoiam as atividades individuais e coletivas, estimula a autonomia da criança, constrói um ambiente de desenvolvimento intelectual e social e ainda fortifica as relações familiares.
O papel dos pais
Os pais têm papel fundamental no que diz respeito à preparação dos espaços e do contexto a ser explorados na brinquedoteca. Principalmente no ambiente não escolar, os pais têm a função de propor as atividades da melhor forma possível, mantendo um espaço de qualidade e enriquecedor, de maneira a estimular a curiosidade dos pequenos e a interação social com as outras crianças, sem forçar nada, deixando-os livres e à vontade nesse lugar. E quando falamos em enriquecedor, nada tem relação com brinquedos caros, mas com aqueles que permitam a exploração de diferentes linguagens, sejam elas musical, corporal, gestual ou escrita.
O adulto pode e deve participar da brincadeira. O envolvimento da mãe ou do pai não só estreita os laços afetivos com os filhos, como também aumenta o nível de interesse e motivação. E é com esse envolvimento que o adulto tem a chance de auxiliar a criança na elaboração das inquietações e conflitos que possam surgir, além de propor novas ideias e questionamentos.
Como diria os famosos pediatra e psicanalista inglês, Donald Woods Winnicott, a brincadeira é universal e é própria da saúde: o brincar facilita o crescer, logo a saúde.
Por isso, sempre arranje um tempo para brincar com o seu filho e deixá-lo brincar com outras crianças. Isso não é só para acontecer na escola, com os coleguinhas dele. Em casa também é possível brincar de forma divertida e estimulante e a sua presença deixará tudo mais interessante para ele.
Fonte: www.tegraincorporadora.com.br